Mídia e imagem corporal: Qual a relação?

            A relação entre mídia e público, especificamente o público feminino, não é algo novo. Os meios de comunicação, desde meados do século XIX , vem ditando regras, tornando-se parte da constituição da história e da subjetividade da mulher ocidental.

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/05/
midia-influencia-satisfacao-corporal-de-jovens-diz-pesquisa-da-usp.html

            A mídia influencia afetando o comportamento e pensamentos de seus usuários, desde os valores e normas até os padrões estéticos. As pessoas, especialmente as mulheres, recebem uma pressão por parte da mídia para que sejam magros e estejam no padrão ideal de beleza; além de aprenderem técnicas para controlar o peso, através de comportamentos não-saudáveis como dietas drásticas, indução de vômitos, uso de medicamentos, suplementos, dentre outros. 

            A exposição dessas pessoas à imagens de mulheres com corpos magros, em grande parte seminuas, associando à uma certa sensualidade, em páginas da internet, revistas e televisão, tem um forte impacto persuasivo, levando assim, a uma certa insatisfação e busca pelo corpo perfeito; e, geralmente, não condiz com a realidade desses usuários. Essa influência expositiva tem maiores resultados em adolescentes e adultos jovens. Quanto mais novas mais chances de serem influenciadas, aceitando e aderindo esses padrões estéticos. Porém, essa insatisfação corporal está presente mesmo em mulheres de peso normal.

http://consultora.racco.com/tag/racco-na-midia/

            A influência da mídia na construção do corpo ideal/perfeito ganhou força, ampliando a paixão pela moda. Assim, expandiu-se o consumo de produtos que garantem um corpo belo e tornou a aparência física algo essencial da identidade feminina. Dessa forma, o corpo passa a ser objeto de consumo que gera mais consumo, e não mais pensado na sua complexidade e subjetividade.

            A etiologia da anorexia e bulimia nervosa é multifatorial, tem contribuições de fatores biológicos, psicológicos, genéticos e socioculturais para o seu desencadeamento. Nesse caso, a mídia está inserida no fator sociocultural, pois ela põe a magreza como padrão de beleza.

            Porém, ao mesmo tempo em que a mídia reforça os padrões de beleza, muitas vezes estimulando ao uso de substâncias emagrecedoras, também denunciam o abuso dessas substâncias para alcançarem o padrão desejado, o que pode ocasionar em um vício ou á algum transtorno alimentar.

https://dialogospoliticos.wordpress.com/2011/10/06/anfepramona
-femproporex-e-mazindol-emagrecedores-a-base-de-anfetaminas
-sao-proibidos-no-brasil-%E2%80%8E/

            Entretanto, por estar entre os fatores socioculturais, a mídia deve ser vista como uma forma intencional de influenciar o comportamento, as atitudes e os pensamentos referente ao corpo, sobretudo nas mulheres.